"O Rio é como o sangue da gente"
PDF

Palabras clave

Mineração. Chumbo. Rio Camaquã. Inventário Nacional de Referências Culturais. Lida campeira.

Cómo citar

Barreto Rodrigues, V., Silva Rieth, F., & Lima, D. (2020). "O Rio é como o sangue da gente". Tekoporá. Revista Latinoamericana De Humanidades Ambientales Y Estudios Territoriales. ISSN 2697-2719, 2(2), 27-40. https://doi.org/10.36225/tekopora.v2i2.41
Bookmark and Share

Resumen

Este ensaio reflete etnograficamente sobre a defesa do Rio Camaquã, na Serra do Sudeste, pampa brasileiro, a partir das questões colocadas ao longo do Inventário Nacional de Referências Culturais Lida Campeira (INRC Lida Campeira). O trabalho de campo tem sido realizado com populações tradicionais que, historicamente, constituem a paisagem da parte alta da bacia, nos campos dobrados ou campos de pedra. O Alto Camaquã, alvo da mineração desde o século 18, apresenta um paradoxo: por um lado é onde o bioma pampa encontra-se mais preservado, ao mesmo tempo figura como a região mais empobrecida do Rio Grande do Sul. Em 2014, as empresas transnacionais Nexa Resources (ex-Votorantim Metais) e Iamgold Corporation solicitaram a abertura de uma mina de chumbo e outros metais pesados no distrito de Minas do Camaquã, com previsão de utilização da água do rio na atividade. Nesse sentido, este trabalho tenta acompanhar a itinerância das águas do Rio Camaquã, por meio daqueles que compartilham a presença viva do Rio, mas, também, a experiência da mineração – e do terror decorrente dela.

https://doi.org/10.36225/tekopora.v2i2.41
PDF

Citas

Baretta, S. e Markoff, J. (1978). Civilization and Barbarism: cattle frontiers in Latin America. Comparative Studies in Society and History, 20(4), pp. 587-620.

Barreto, E. “Por dez vacas com cria eu não troco meu cachorro”: as relações entre humanos e cães nas atividades pastoris do pampa brasileiro. (2015). Dissertação (Mestrado em Antropologia) Universidade Federal de Pelotas, Pelotas.

Barreto, E. (2019). A gente sempre acredita nos nossos cachorros. Tessituras, 7(1) pp. 69-92.

Borba, M. F. (2016). Desenvolvimento territorial endógeno: o caso do Alto

Camaquã. In Waquil, P.D., Neske, M.Z. e Borba, M.F. (Orgs.), Pecuária familiar no Rio Grande do Sul: história, diversidade social e dinâmicas de desenvolvimento (pp 187-214). Porto Alegre: Editora da UFRGS.

Cabreira, D. P. (2008). O desenvolvimento insustentável no caso Minas do

Camaquã, Caçapava do Sul/RS. Dissertação (Mestrado em Extensão Rural). Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria.

Corrêa, A. N. (2012). Roceiros, campeiros e domadores: o ofício do trabalho escravo na Vila de Caçapava (1831-1839). Revista Latino-Americana de História, 1, (3), pp. 58-73.

EIA-RIMA PROJETO CAÇAPAVA. (2016). Estudo de Impacto Ambiental. Relatório de Impacto Ambiental. Projeto Caçapava do Sul. Porto Alegre: Votorantim Metais.

Fernandes, V. e Miguel, L. A. (2016). Presença histórica da pecuária familiar na região da campanha do Rio Grande do Sul (Santana do Livramento, século XIX). In Waquil, P. D., Neske, M.Z. e Borba, M.F.(Orgs.). Pecuária familiar no Rio Grande do Sul: história, diversidade social e dinâmicas de desenvolvimento (pp. 41-64). Porto Alegre: Editora da UFRGS.

Ingold, T. (2000). The perception of the environment: essays on livelihood, dwelling and skill. London, UK: Routledge.

Ingold, T. (2010). Da transmissão de representações à educação da atenção. Educação, 1(33), pp. 6-25.

Ingold, T. (2012). Trazendo as coisas de volta à vida: emaranhados criativos num mundo de materiais. Horizontes Antropológicos, ano 18, 37, pp. 25-44.

Isabelle, A. (2006). Viagem ao Rio da Prata e ao Rio Grande do Sul. Brasília, Brasil: Editora do Senado.

Kosby, M. F. (2017). Alma-caroço: peregrinações com cabras negras pelo extremo sul do Brasil. Tese (Doutorado em Antropologia Social). Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

Leal, O. (2019). Os gaúchos: cultura e identidade masculina no pampa. Tessituras, 7(1), pp. 16-47.

Lima, D. V. (2015). “Cada doma é um livro”: a relação entre humanos e cavalos no pampa sul-rio-grandense. Dissertação (Mestrado em Antropologia). Universidade Federal de Pelotas, Pelotas.

Mazurana, J., Dias, J. e Laureano, L. (Orgs.). (2016). Povos e comunidades tradicionais do pampa. Porto Alegre, Brasil: Fundação Luterana de Diaconia.

Nogueira, J. (2012). Mineiros e engenheiros: memória, identidade e trabalho nas minas do Camaquã entre 1970 e 1996. Dissertação (Mestrado em História). Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria.

Osório, H. (2016). Pastores, lavradores do Rio Grande, séculos XVIII e XIX. In Waquil, P. D., Neske, M.Z. e Borba, M.F. Pecuária familiar no Rio Grande do Sul: história, diversidade social e dinâmicas de desenvolvimento (pp. 15-40). Porto Alegre: Editora da UFRGS.

Rieth, F. (2018). Traçados. Áltera, 1(6), pp. 192-203.

Rieth, F., Kosby, M.F., Silva, L. Bilhalva, Rodrigues, M. Bonow, Dobke, P. e Lima, D. Vaz. (2013). Inventário Nacional de Referências Culturais: Lida Campeira na Região de Bagé/RS. V. 2. Arroio Grande: Complexo Criativo Flor de Tuna.

Rieth, F., Lima, D. Vaz., Rodrigues, V. B. e Hermann, M. (2019). “Aqui na lida é eu, a esposa e os cachorros”: trabalho familiar e saberes pecuários nos campos dobrados do Alto Camaquã. Tessituras, 7(1), pp. 48-68.

Saint-Hillaire, A. (2002). Viagem ao Rio Grande do Sul. Brasília: Senado Federal.

Salmond, A. (2014). Tears of Rangi: water, power, and people in New Zealand. Hau, 4(3), pp. 285–309.

Schlee, A. G. (2019). Dicionário da Cultura Pampeana Sul-Rio-Grandense. Pelotas: Fructos do Paiz.

Sennet, R. (2013). O artífice. Rio de Janeiro: Record.

Silva, R. M. (2008). Espaço e tempo nas Minas do Camaquã em Caçapava do Sul/RS. Dissertação (Mestrado em Geociências). Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria.

Silva, L. Entre lidas: Um estudo de masculinidades e trabalho campeiro na cidade. (2014). Dissertação (Mestrado em Antropologia). Universidade Federal de Pelotas, Pelotas.

Simões Lopes Neto, J. (2011). Os contos e lendas. Pelotas: Fructos do Paiz.

Taussig, M. (1993). Xamanismo, colonialismo e o homem selvagem: um estudo sobre o terror e a cura. São Paulo, Brasil: Paz e Terra.

Troian, G. C. (2009). A cloritização na Mina Uruguai, Minas do Camaquã/RS-Brasil. Dissertação (Mestrado em Geociências). Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

Von Ahn, M. M. (2018). Análise Antropogeomorfológica em Geossítio da história da mineração: estudo nas Minas do Camaquã – RS. Dissertação (Mestrado em Geografia). Universidade Federal de Pelotas, Pelotas.

Creative Commons License
Esta obra está bajo licencia internacional Creative Commons Reconocimiento-NoComercial 4.0.

Descargas

La descarga de datos todavía no está disponible.